segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MORTE


Eu sei que determinada rua que eu já passei Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez.
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada, E que está em algum lugar me esperando Embora eu ainda não a conheça?


Esta letra do Raul Seixas existe em minhas memorias á muito tempo e as vezes ela vem a tona por vários dias, é uma poesia nua e crua, é o nosso destino......

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